O que fazer quando seu filho só quer saber de tela: estratégias eficazes e gentis
Se seu filho só quer saber de tablet, celular ou televisão — o tempo todo —, você não está sozinho. Muitos pais relatam a mesma dificuldade: crianças que se recusam a brincar com outras coisas, reclamam quando o tempo de tela termina e ficam irritadas sem o estímulo digital. Mas afinal, o que fazer quando a tela parece ser a única fonte de interesse do seu filho? A boa notícia é que é possível mudar esse comportamento, com paciência, afeto e algumas estratégias eficazes. Este artigo traz orientações práticas, baseadas em recomendações de especialistas, para ajudar pais e cuidadores a reduzir o uso excessivo de telas sem conflitos, promovendo uma infância mais equilibrada e saudável.
7/10/20253 min read
Entendendo o problema: por que as crianças ficam tão presas às telas?
Tablets e celulares oferecem estímulos rápidos, sons envolventes, recompensas instantâneas e cores vibrantes. Tudo isso ativa o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina — o “neurotransmissor do prazer”. É por isso que a tecnologia pode se tornar altamente atrativa (e até viciante), especialmente para crianças pequenas, cujo cérebro ainda está em formação.
Quando o uso da tela se torna frequente e desregulado, a criança perde o interesse por brincadeiras mais simples, que exigem imaginação, paciência ou interação social — pilares fundamentais para o desenvolvimento emocional e cognitivo.
1. Estabeleça limites claros e consistentes
A primeira estratégia é criar regras bem definidas sobre quando, onde e por quanto tempo a criança pode usar a tela. Por exemplo:
Nada de tela durante as refeições;
Nada de tela antes de dormir;
Até 1 hora por dia (para crianças de 2 a 5 anos);
Apenas com supervisão de um adulto.
Explique com calma que essas mudanças são para o bem dela. As regras não precisam ser rígidas ou autoritárias, mas devem ser firmes e coerentes.
2. Faça a mudança aos poucos
Se a criança está muito acostumada a usar telas por várias horas ao dia, não tente cortar tudo de uma vez — isso pode gerar crises e resistência. O ideal é reduzir o tempo de tela gradualmente:
Comece diminuindo 15 a 30 minutos por dia;
Estabeleça “dias sem tela” durante a semana;
Troque o uso passivo (vídeos) por jogos interativos ou videochamadas com familiares.
Esse processo deve ser conduzido com empatia e paciência.
3. Ofereça alternativas reais e atrativas
Crianças não largam a tela porque querem, mas sim porque encontram outras opções tão ou mais envolventes. Por isso, ofereça atividades que estimulem a curiosidade e a criatividade:
Caixas sensoriais, massinha de modelar, pintura, blocos de montar;
Jogos de tabuleiro simples;
Livros ilustrados e contação de histórias;
Brincadeiras ao ar livre: bolhas de sabão, caça ao tesouro, jardinagem.
Quando a criança percebe que há outras formas divertidas de se entreter, a tela deixa de ser a única alternativa.
4. Construa uma rotina equilibrada
Crianças se sentem mais seguras quando têm uma rotina previsível. Inclua na programação diária momentos de:
Brincadeira livre;
Atividades em família;
Horários para refeições e descanso;
Tempo limitado e supervisionado de tela.
Evite usar a tela como “babá digital” ou como prêmio, pois isso reforça o apego ao dispositivo.
5. Dê o exemplo
As crianças aprendem mais pelo que veem do que pelo que ouvem. Se os adultos estão sempre no celular, é natural que elas queiram imitar. Por isso:
Reduza seu próprio tempo de tela, especialmente quando estiver com seu filho;
Guarde o celular durante as refeições e nos momentos de brincadeira em família;
Mostre que o mundo fora da tela também é interessante.
O exemplo dos pais é um dos fatores mais poderosos na educação digital infantil.
6. Participe das interações digitais
Se a criança ainda usa telas, transforme esse momento em algo mais participativo:
Assista a vídeos com ela e converse sobre o conteúdo;
Use apps educativos que estimulem o raciocínio e a criatividade;
Promova videochamadas com avós, primos e amigos;
Faça desafios em família, como "desenhar o que viu no vídeo" ou "recontar a história com fantoches".
Assim, o tempo de tela se torna uma oportunidade de conexão, não isolamento.
Conclusão: equilíbrio e vínculo são a chave
Não é preciso (nem realista) eliminar totalmente as telas da vida das crianças. O mais importante é que elas não substituam o brincar, o afeto, o sono e a convivência. Com estratégias eficazes e gentis, é possível reduzir a dependência digital e resgatar o que a infância tem de melhor: a imaginação, a presença e o vínculo com quem cuida.
Lembre-se: o objetivo não é controlar, mas guiar. E cada passo conta — mesmo os pequenos.
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